20 julho 2015

Resenha - Zon, O Rei do Nada

"Voar no mais alto céu criado não e´voar no mais alto céu; mas o mais alto céu também foi criado. Então, Aquele que Lê, me responda: qual é a diferença entre a imaginação e a realidade?" - Zon, O Rei do Nada


Título Nacional: Zon - O Rei do Nada
Autores: Andrei Simões
Ilustradora: Lupe Vasconcelos
Editora: Empíreo
Ano de Publicação: 2013
Número de Páginas: 240
Sinopse:  "Em Zon – O rei do nada, os leitores entrarão em contato com uma narrativa profunda e intensa, na qual conhecerão um personagem que precisa invadir mentes e consciências para continuar vivendo. E ele só ficará totalmente satisfeito se, no fim, destruir as crenças daqueles que domina. Dessa forma, abre espaço para que ele mesmo seja o substituto e se torne a grande divindade do universo.Porém, quando descobre que outras forças também trabalham em sua mente, Zon se vê preso num paradoxo, e já não tem certeza de que conseguirá dominar a realidade com tanta rapidez. Ao mesmo tempo em que constrói novas crenças, destrói sua própria existência. Quem estaria por trás desse controle? Conseguirá Zon permanecer vivo e são? Zon – O rei do nada é uma aventura fantástica onde verdade e mentira, realidade e ficção se misturam, fazendo com que até o mais calmo leitor estremeça diante das profundas descobertas."
 

  Escrever uma resenha sobre Zon, O Rei do Nada é uma tarefa desafiadora e ao mesmo tempo bem difícil, afinal este é um livro bem diferente de tudo que já li. Zon é um personagem criado por 'Aquele que escreve' e parasita as mentes dos chamados 'Aqueles que leem'. E assim o livro se desenrola contando vivências de Zon, em diversas mentes, em diversos momentos com alguns questionamentos bem interessantes e que te fazem pensar bastante.

"Aquela mente não teria mais nada a lhe dizer, então resolveu sair dali sem compreender que certos atos jamais poderão ser entendidos aos olhos da razão." Pág - 35



  Começando pela narrativa, o livro nos apresenta algo bem inusitado e muito diferente do habitual. A narrativa se dá de uma forma bem poética e lírica, o autor trabalha bastante o jogo de palavras e deixa a leitura bem densa e mesmo com essa narrativa um tanto quanto peculiar, o texto contido nas páginas dessa obra é bem subjetivo, fazendo com que a experiência de leitura para cada um seja única e a sua forma.

  A obra conta com reflexões a todo instante, desde fatos que podemos associar ao nosso dia a dia, desde alguns fatos que podem nos levar a reflexões mais profundas, algo como, nossa existência, a nossa consciência e até mesmo a morte. São fatores que deixam a leitura bem densa, todo o livro conta com um linguajar rebuscado, com algumas palavras um pouco mais complexas.

"Não fique assim jovem garoto - disse Zon. - A vida pode ser tudo, menos justa. Eu nem vivo estou, sou tão somente fruto da imaginação de um ser viajado por seres que também são frutos de imaginação." Pág - 76





  Zon é tudo e ao mesmo tempo é nada. Zon existe na mente de quem lê, perpetua na memória de quem lembra e nunca morre enquanto alguém se lembrar da sua existência. São essas e outras das reflexões que encontramos ao decorrer do livro, que não tem uma história com uma linha de tempo retilínea, como dito, esse é um livro bem diferente do que estamos acostumados e pode te surpreender ou te frustrar.

"A palavra é prata,
O silencio é ouro.
E o ego, tolo."

  Apesar do livro ser curto, a leitura se desenrola bem devagar. Você lê um pouco e é obrigado a parar para pensar e digerir sobre o que você leu e as reflexões que aquele capítulo nos proporciona. A divisão dos capítulos é feita de uma maneira bem diferente. Sempre no inicio de cada capitulo o autor nos monstra com pequenas frases a situação pela qual Zon vai passar, e então temos as ilustrações incríveis e que se relacionam de alguma forma com o capitulo, que geralmente é curto, mas temos alguns poucos longos.


  As reflexões tragas para nós são incríveis e o autor assim como a ilustradora são revolucionários e geniais, por trabalharem com excelência temas difíceis de uma forma poética e muito bonita. A leitura se torna uma experiência diferente, mas vale lembrar que esse livro é uma faca de dois gumes, afinal, lendo a sinopse a premissa do livro parece ser uma coisa, mas quando começamos a leitura vemos que é algo diferente.


"O Ego torna todo aspirante a sábio, um asno. Diante dos olhos da prepotência, toda sabedoria é burra." Pág - 149

  Então, por todas essas características que Zon - O Rei do Nada carrega, o livro leva 3 estrelas. Com reflexões muito boas e um linguajar mais rebuscado a leitura se torna densa e nos leva a pensar bastante sobre temas difíceis.  Mesmo assim o livro em algumas passagens se tornou monótono, em alguns capítulos a leitura se prolongou e se tornou um pouco entediante, mas não foi algo que aconteceu com frequência. Se você gosta de pensar bastante e gosta de livros diferentes e com uma pitada de poesia, Zon é uma ótima recomendação para você.

LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA EMPÍREO

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