Divertido, fascinante e ao mesmo tempo forte O Peculiar vai te levar a um mundo completamente diferente do habitual e te apresentar personagens e uma história fora do normal.
Título Original: The Peculiar
Título Nacional: O Peculiar
Autor(a): Stefan Bachmann
Gênero: Aventura, Steampunk
Editora: Galera Junior
Número de Páginas: 272
Ano de Lançamento: 2014
Sinopse: Parte romance gótico, parte mistério e aventura steampunk. Após a invasão do mundo pelos seres mágicos, as fadas foram aceitas entre os mortais, mas os mestiços não têm lugar. Os irmãos Barthy e Hettie vivem com medo. Tudo piora quando Peculiares são encontrados, ocos, boiando no Tâmisa. Mas eles estão seguros em Bath, não? Talvez... Se não fosse pela misteriosa dama em veludo ameixa que aparece na vizinhança. Quem é ela? E o que quer?
Sabe aquele livro que te conquista pela capa? O Peculiar foi um desses. Preciso admitir que todo meu entusiamo para ler esse livro veio do simples fato da capa ser uma das mais bonitas que eu já vi. Não sabia muito sobre a história ou sequer sobre o que tratava, mas mesmo assim minha vontade só aumentava toda vez que via esse livro em algum lugar. Os elementos steampunk que compõem o pássaro, as cores vibrantes e toda a composição fazem de O Peculiar um dos livros mais bonitos da minha estante.
No primeiro livro dessa duologia conhecemos um mundo, que apesar de não ser considerado distópico, poderia muito bem se encaixar nesse tema. Barthy e Hettie são irmãos mestiços que vivem em um beco totalmente assolado por pobreza e medo. Filhos de uma mãe humana e pai fada as crianças não se encaixam em nenhum dos dois mundos e por isso sofrem a não aceitação da sociedade, que apelida os mestiços de medonhos. Toda a história gira em torno de uma mistério que se desenrola quando corpos de alguns medonhos são encontrados ocos, boiando em um rio e uma estranha dama de vestido cor de ameixa aparece no beco do Velho Corvo. Será mesmo que Barthy e Hettie mesmo vivendo da forma mais discreta possível, estão seguros?
Narrado em terceira pessoa o autor usa uma narrativa bem fluída e muito boa de se ler, porém o linguajar usado não é tão simples, mas também não é tão difícil, afinal este é um livro infanto-juvenil. Os capítulos são muitas vezes longos e alternados entre dois personagens principais Barthy, o garoto mestiço ou melhor, um Peculiar e o Sr. Jelliby um politico que sem querer descobre alguns segredos de uma das pessoas mais poderosas da Inglaterra. As histórias dos dois seguem em um ritmo muito bom e o autor consegue cruza-las de uma forma bem natural e leve.
Barthy é um personagem cativante e muito bem trabalhado pelo autor, quero dizer que, apesar de estarmos acostumados com o crescimento dos personagens principais ou a evolução do mesmos, isso não acontece em O Peculiar. Não me interprete mal, esse é um dos fatos que contribuiu bastante para a minha opinião final, apesar dos acontecimentos que o garoto enfrenta ele não perde a inocência de criança que tem. E essa inocência dá um toque muito suave a trama, o autor conseguiu preservar essa essência infantil no personagem e nas escolhas que ele faz.
O Sr. Jelleby é um homem sério, um cavalheiro da corte inglesa, requintado e muito rico. O personagem é bem inteligente e quem engata a busca pelo mistério contido no livro é ele. É incrível como o autor trabalhou com dois personagens tão diferentes e criou uma história em que os dois desempenhassem seus papeis da melhor maneira possível. Stefan Bachmann escreve com a maestria necessária para juntar dois destinos diferentes em uma trama única e envolvente.
O desenvolvimento do livro é bem balanceado, um começo um pouco mais lento, um meio bem interessante e um final frenético que vai te tirar o folêgo. O final de O Peculiar é muito bom, uma vez que as ultimas páginas deixam um gancho para a próxima história e uma infinidade de possiblidades para o desfecho da trama. É sem dúvida uma história fantástica.
Pausa, agora vem uma das partes que eu mais gostei no livro, a mitologia criada pelo autor é única, sim, única e muito fascinante. O mundo onde a história se passa é habitado por fadas que de alguma forma atravessaram um portal para a Terra e por humanos. Porém as fadas não são esses seres lindos e brilhantes que vocês tem em mente, elas são de diferentes formas e tipos, podem usar magias de fogo, ou ter mais afinidade com a natureza, podem ser azuis, podem ter ou não asas, podem ser boas ou também podem ser más. E em todo esse meio temos a discriminação dos mestiços, tanto pela raça humana , tanto pela raça das fadas.
Chegamos então ao ponto que o livro mais uma vez se destaca, a crítica social implícita na história é muito boa, e eu gosto bastante de tramas assim. O preconceito é um assunto que de uma forma ou de outra é abordado na narrativa, assim como a discriminação e a pobreza das classes mais baixas. Podemos então fazer alusão aos dias de hoje e dizer que o autor trabalhou muito bem nesse aspecto do livro, fazendo com que O Peculiar seja mais que uma simples história.
A ambientação dessa obra é, assim como a mitologia, fascinante. A Inglaterra vive na época dos automatos, pássaros mecânicos, cavalos movidos a vapor e toda essa atmosfera de metal e fumaça que o stempunk pode nos proporcionar. Esse foi o meu primeiro contato com o gênero e eu senti falta de mais, mais steampunk, o autor poderia ter aplicado mais elementos mecânicos no texto. Esse é um fato que não altera na nota final do livro, pois sendo o primeiro de uma duologia podemos esperar um pouco mais dessa mitologia steampunk para o próximo.
Stefan Bachmann criou uma história bem interessante e com uma ambientação e mitologia fascinante. Por todo o conjunto de características positivas O Peculiar leva 5 estrelas, além de ter uma história bem envolvente e fluída, a critica social implícita é bem forte e nos faz refletir bastante. Com alguns ensinamentos bem bonitos e com personagens fofos e cativantes e um final surpreendente, essa história vai te conquistar.
Ei Carlos!
ResponderExcluirCara isso é uma duologia? Eu achei que era série D: PERAI QUE EU VOU COMPRAR <3 Eu não li Steampunk. Quem gosta é minha amiga Lena. Ela leu Leviatã, que também é da Galera e é escrito pelo autor de Feios, mas confesso que sempre tive curiosidade de conhecer esse, e agora então, só aumentou a vontade *-* Já vou adicionar ele na minha lista, e após adquirir as continuações de The 100 e Eva, corro pra tentar ele :)
Ahh, cara, as fotos ficaram ótimas. A qualidade e os cenários :3 Sério mesmo. Muito show.
Abraços
David Andrade
http://www.olimpicoliterario.com/