24 julho 2015

Resenha - 2083

"Quando as pessoas liam os livros,e elas se transformavam em outras pessoas, se sentiam de um modo diferente e eram  tomadas por ideias e perguntas que nunca tinham pensado antes. Era como se pudessem estar em vários lugares e viver várias vidas ao mesmo tempo." - 2083

Título Nacional: 2083
Autor: Vicente Muñoz Puelles
Gênero: Ficção científica
Editora: Biruta
Número de Páginas: 140
Ano de Lançamento: 2010
Sinopse: "O fim dos livros de papel e tinta está próximo. Restarão poucos exemplares: as antiguidades valiosas ou as relíquias de família. Verdade? Ilusão? Fantasia? Imagine-se agora em 2083 e surpreenda-se: o livro eletrônico também não existe mais. O que restou das histórias e dos autores que admiramos? Desapareceram sem deixar vestígios? Não! Seria impossível destruir os textos que nos emocionaram, que nos fizeram viver melhor e nos tornaram mais humanos. Não se desespere, todos sobreviveram e você poderá conhecê-los bem perto, numa viagem de turismo... no modo amplificador de inteligência. Embarque na bibliotravel."

  Imagine um mundo sem livros? Sim, sem quase nenhum exemplar físico existente. ( -Mas mesmo assim ainda temos os e-books. Alguns dirão) Então imagine um mundo sem livros físicos e sem e-books, imagine um mundo sem histórias. Essa é a realidade apresentada em 2083. As pessoas nessa época perderam completamente o habito de ler, não se faz mais leitura de histórias, tudo é computadorizado e até os e-books se perderam na imensidão da internet. O livro se desenrola a partir do momento em que David, um garoto que foge os conceitos da sua época decide ler um livro misterioso e muito raro.

"Senti uma mescla de raiva e ansiedade. Como era possível que uma sociedade supostamente tão avançada como a nossa, que havia sido capaz de construir a gigantesca Docuteca e que pretendia estabelecer uma colônia em Marte, criasse tantas dificuldades para se ler um simples livro?" Pág - 34


  A primeira coisa que me chamou a atenção nesse livro, antes da narrativa, do enredo, foi a história. Esse livro me fisgou assim que li a sinopse, pelo simples fato de que o futuro retratado em 2083 é um futuro possível, as pessoas perdem cada vez mais o interesse na leitura. Embora tenhamos muitos amigos que gostem de ler e estejamos rodeados de pessoas com essa paixão, no Brasil, a cada 10 brasileiros 7 não leram nenhum livro no ano passado. São dados comprovados e que só aumentam a cada dia. O livro já começa com uma crítica bem inteligente e muito boa, que deixa a obra um pouco mais de conteúdo.

"Os bons livros não se escreviam para tornar os leitores felizes [...] De fato, muita gente pode ser feliz sem eles. Foram escritos para despertar as pessoas, para sacudir suas consciências, para ajuda-las a se questionarem." Pág - 74

  Falando em conteúdo, a história do livro é bem interessante, afinal nessa época a tecnologia se desenvolveu bastante e possibilitou as "viagens pelos livros". Essas viagens consistem em um sistema ligado as suas terminações nervosas que te permitem entrar em algum livro ou passagem do livro e viver aquele momento, seja uma passagem da Bíblia ou até mesmo A Odisseia. A pitada de ficção científica que o autor acrescenta no livro é bem fascinante e muito instigante, afinal que leitor não gostaria de viajar dentro de um livro favorito?  



  A narrativa é bem leve, com um linguajar simples e uma leitura bem rápida e fluida. Devido ao número de páginas a leitura desse livro é bem prazerosa e muito divertida, fazendo você viajar longe junto a David e as histórias que ele vive. Paralelo as viagens que o personagem faz, o autor arma toda uma trama na vida real do garoto, ou seja temos as descrições incríveis de onde David passa e temos um pequeno caso para solucionar na vida real do garoto. Esses dois fatos foram conciliados muito bem e se encaixaram perfeitamente no livro.

  A personalidade do garoto é cativante. David é um garoto simples, curioso e que vai te conquistar assim que a história começar. É impossível não se identificar com o personagem afinal, ele nutre o desejo de querer ler cada vez mais, assim como nós e o autor ainda nos apresenta como foi o processo de "iniciação" do menino ao mundo da leitura, fazendo você se sentir nostálgico e bem próximo do personagem.
"Os livros sempre ajudaram a entender a vida. - enfatizou Pa." Pág - 28

  Como as fotos apresentam, o livro tem uma edição muito caprichada e bonita. Todas as páginas tem um padrão de desenhos ao fundo do texto e todo inicio de capítulo também é personalizado tornando a obra mais dinâmica e muito bem executada. A editora Biruta está de parabéns, esse é um ótimo livro, com uma narrativa leve e uma história muito interessante, contendo críticas e um possível futuro ao qual nós podemos caminhar. 2083 leva 4 estrelas.


"Fiquei pensando  que o ser humano é uma espécie desconcertante, capaz de todo o mal e também de todo o bem." Pág - 130

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