06 junho 2015

Resenha - Não-Sei-Quê

"E agora aqui estou eu, a caminho de um lugar novo; algum lugar melhor, espero. Talvez nenhum de nós saiba o quanto somos importantes. Talvez alguns de nós jamais cheguemos a descobrir, porque simplesmente nos deitamos e morremos." - Não-Sei-Quê

Título Original: The Whatnot (The Peculiar #2)
Título Nacional: Não-Sei-QuÊ (O Peculiar #2)
Autor(a): Stefan Bachmann
Gênero: Aventura, Steampunk
Editora: Galera Junior/Galera Record
Número de Páginas: 320
Ano de Lançamento: 2015
Sinopse: "Pikey Thomas não tem nada. Nem família nem amigos... nem dois olhos normais. Mas sua visão, quem diria, tem algum valor. Seu olho cinzento, capaz de enxergar o que não está à sua frente, pode ser de alguma valia para o irmão de Hettie — o corajoso aventureiro Bartholomew Kettle. Alguma valia para o nobre que o adotou. E Pikey faria qualquer coisa para escapar do passado, qualquer coisa por uma nova chance. O destino dessas três crianças está prestes a se entrelaçar. E o resultado pode acabar com o mundo das fadas e o dos homens."

  No segundo e ultimo volume da duologia O Peculiar somos apresentados a novos personagens e a um rumo criativo e muito bom da história. Em O Peculiar temos como foco Barthy e o Sr. Jelleby, porém em Não-Sei-Quê temos o foco em dois outros personagens, Hettie e Pikey. Pikey Thomas é um garoto pobre e que vive as margens da sociedade, um garoto só e que um dia já foi 'tocado pelas fadas'. Pikey tem um olho diferente, um olho cinzento e estranho capaz de enxergar entro os dois mundos. E temos então, Hettie, que no volume anterior se apresenta uma garota frágil e simples, mas se mostra totalmente diferente depois dos acontecimentos ocorridos. A trama vai se entrelaçando e o destino desses personagens vão se cruzando em uma aventura incrível e surpreendente.
         

A narrativa continua como em O Peculiar. Leve e muito boa, mas não tão simples, nem tão complexa. O linguajar que o autor usa nesses livro é um meio termo, mesmo assim é de fácil entendimento e a narrativa em Não-Sei-Quê consegue ser um pouco mais ágil do que no volume anterior. Stefan Bachmann teve uma evolução muito boa na escrita e isso é notável em toda a trama. Em algumas passagens a escrita é bem poética e muito gostosa, te faz flutuar em pensamentos e se perder na trama inteligente criada.

  Não minto quando digo que a narrativa está um pouco mais ágil, uma vez que li esse livro em apenas um dia. Sim, isso mesmo, em apenas um dia eu devorei esse livro. A história te prende do incio ao fim, o mistério aumenta cada vez mais e o novo personagem assim como o ponto de vista de Hettie são encantadores.

"As fadas estavam chamando, e os pássaros haviam atendido. A guerra tinha começado." - Pág.120


  O desenvolvimento da trama continua muito bom, um pouco melhor que em O Peculiar. O ritmo do livro é eletrizante e não decaí em momento algum. Seguimos Pikey e Hettie durante 320 páginas de pura emoção e paralelo a isso temos os conflitos que se desenrolam na história e temos também Barthy e o Sr. Jelliby que tem seus caminhos cruzados com Pikey, para ir em uma busca intrigante até o mundo das fadas.

"Pikey queria entender como alguém com tantos diamantes, entrando em uma mansão daquelas, quente e iluminada podia se sentir amargurado..." - Pág. 29

  Um novo vilão se apresenta e a construção tanto dele como dos dois personagens (Hettie e Pikey) não deixam a desejar. O autor trabalhou muito bem o medo e as inseguranças dos dois jovens e isso é um ponto muito bom, porque você se sente próximo a eles. o autor consegue preservar essa juventude contida deles e passar isso a nós leitores. Assim como em O Peculiar, Stefan escreve e constrói os personagens com maestria.


  A ambientação da obra continua como no volume anterior e lembra quando eu disse que gostaria de ler um pouco mais sobre steampunk no próximo volume? Bom, não foi uma mudança drástica mas o tema está presente nas páginas um pouco mais e isso me animou bastante. A tensão que o autor criou para o final dessa duologia é fenomenal, assim como o final em si, que apesar de ser um pouco previsível foi satisfatório.

  A mitologia continua brilhante e dessa vez temos ainda mais, mais sobre as fadas e mais sobre o mundo das fadas. Mas mesmo assim o autor poderia ter explorado muito, muito mais esse mundo imenso que ele tem em mãos. A história teve um desfecho, mas não impede que outros livros que se passem nesse mundo sejam escritos e eu espero que o autor faça mais, escreva mais e crie mais histórias que possam explorar toda a Terra Velha.

"Se você gostasse de tudo que acontece com você, seria a pessoa mais medíocre do mundo. Milhares de coisas irão acontecer com você; algumas serão boas, outras, ruins, e outras serão completamente horrendas, mas todas elas, todas levam a algum lugar." - Pág. 229


  Um fato, e talvez o único, que me incomodou no livro foi a incerteza que ele nos traz, isso se deve al fato de que entre O Peculiar e Não-Sei-Quê, temos um timeskip, ou seja alguns anos se passaram, mas o autor não explicou em momento algum nada sobre esses anos que se passaram. Não é um fato que atrapalhe a história ou que diminua o potêncial do livro, mas como gostei muito de toda a trama eu realmente gostaria de saber o que aconteceu durante esse tempo, porque algumas questões não tiveram respostas.

  E ainda assim contamos mais uma vez com a crítica que o autor faz em relação a discriminação e desta vez uma critica mais forte a pobreza e ao tratamento que essas pessoas tem. E podemos assimila-las aos dias atuais fazendo com que Não-Sei-Quê seja um livro completo. Não posso deixar de citar mias uma vez que a capa desse livro é linda, toda a temática steampunk contida, assim como as cores e o verniz aplicado deixam tudo muito belo.



  Apesar desse fato único que me desapontou no livro ele merece 5 estrelas por ter uma história incrível e um desfecho muito bom. Somos cativados por Hettie e Pikey e sentimos junto com eles todas as emoções durante a leitura. Às vezes uma criança só precisa de um amigo, mensagens como esse nos são transmitidas través de uma história poética e incrível que vai te conquistar.


LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA GALERA RECORD.
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Confira a resenha de O Peculiar clicando AQUI.

Um comentário:

  1. Ei Carlos
    Eu disse que vinha ler :3 Cara, eu li a dos dois já, porque tipo, eu gosti muito do primeiro, então <3 Melhor ainda sabendo que o segundo não decaiu na nota, e que foi ainda melhor. Eu quero muito conhecer os personagens :3 A linguagem eu fiquei imaginando que seja tipo O Hobbit, não é muito moderna, meio rebuscada. Se for, vou amar. Amei o Hobbit mesmo sendo uma linguagem diferente :3 <3 Quando comprar a coleção te aviso, mas você é culpado pela minha falencia, vlw? Flw!

    Abraços
    David Andrade
    http://www.olimpicoliterario.com/

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